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sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Estamos a deixar que a esquerda desrespeite crenças, convicções e a identidade nacional !!!

 


Martin Luther King disse um dia:

«Não me incomoda a gritaria dos violentos, dos corruptos, dos amorais; o que verdadeiramente me preocupa é o silêncio dos íntegros. Somos responsáveis pelo que fazemos, mas ainda muito mais pelo que NÃO FAZEMOS, PELO QUE NÃO DEFENDEMOS, PELO QUE OMITIMOS.»

Esta famosa frase deste extraordinário líder da luta pela defesa dos direitos civis, surgiu em momento de reflexão sobre Portugal, Portugal hoje.

É assustador e enche de perplexidade, ver que o parlamento português é um dos mais à esquerda dos parlamentos europeus, com um PS de namoro inflamado com o BE e com o PCP, estes dois, evidentemente, marxistas-leninistas.

Que se passa com os portugueses de hoje? Não têm memória ou, pior, fecham os olhos à História ou...ainda pior...juntam a muita ignorância um acentuado complexo de esquerda, que é como quem diz, o que é «fixe» é ser de esquerda??? Já agora, passemos a chamar-lhe extrema esquerda, o que é inovador entre nós, dado que a direita é que tem, actualmente, sempre, o epíteto de extrema.

Ainda anteontem... em 2019, a União Europeia, através de uma resolução do Parlamento Europeu colocou na mesma categoria Hitler e o nazismo com Estaline e o comunismo, condenando estes regimes por terem cometido «genocídios e deportações que causaram vítimas mortais e privação da liberdade numa dimensão nunca vista na História da Humanidade.» Como é possível que o PS, o BE e o PCP tenham votado contra????

Comparemos as realidades: o chamado partido nazi (o partido alemão nacional socialista) e o seu líder Hitler são responsáveis pelo assassínio de cerca de 12 milhões de seres humanos, Estaline e o seu terror comunista por pelo menos 28 milhões e, se tivermos em conta outros partidos comunistas à roda do mundo como a China, o Camboja e a Coreia do Norte, contabilizaremos cerca de 80 milhões de mortos.
Contudo, o discurso da esquerda, da extrema esquerda, o seu tom suave, feminino(?) fazendo uso dos chavões do costume, ainda apelativos para os menos esclarecidos, ainda convincente para os menos conhecedores, onde tudo parece que é mas não é, onde tudo parece que dá mas não dá, continua a não deixar que se reconheça que NENHUM PARTIDO MARXISTA- LENINISTA jamais constituiu um governo com sucesso.

Em 1948, Sir Winston Churchill, talvez o mais importante demolidor do nazismo, no discurso que proferiu em Perth, na Escócia, disse: «O Socialismo é a filosofia do insucesso, o credo da ignorância e o evangelho da inveja.»


Mas antes ainda de entrar em fase mais pedagógica, um facto que explicará o erro que cometem os que acreditam que coube aos soviéticos/comunistas, com a derrota da Alemanha, o mérito de acabar a segunda Grande Guerra.

A União Soviética, sob a batuta de Estaline, tinha um exército imenso, milhões de homens, todavia sem armamento. Foram os Estados Unidos que equiparam aquele exército. Assim, foram as Forças Aliadas, com armamento americano fornecido aos soldados russos, os obreiros da vitória.

Agora sim, a parte pedagógica, que é como quem diz a descrição de factos tão reais que não dão ocasião a opiniões. E, como nos Evangelhos, «Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça»

Em 1997 foi publicado em França, mais tarde nos EUA, pela Harvard University Press, um livro com o título «Le livre Noir du Communisme: Crimes, Terreur, Répression» (O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror, Repressão).

Nele faz-se o inventário da repressão política por parte dos regimes ditos repúblicas comunistas marxistas-leninistas. Ou seja, a listagem das atrocidades cometidas, as execuções extrajudiciais, as deportações, as torturas, a fome programada para matar. Os seus autores são Stephan Courtois, Nicolas Werth, Andrezej Paezkowski e conta a história da repressão política orquestrada pelos países comunistas, os genocídios, as execuções aleatórias, o massacre de populações em campos de concentração/gulags, as deportações, o assassínio através da fome programada.

Na introdução, o editor declara: «Os regimes comunistas tornaram o crime em série uma forma de governo.» As estimativas não oficiais contam um total de 94 milhões de mortos.

O livro defende explicitamente que as ferozes ditaduras comunistas são responsáveis por um número muito maior de mortes e barbaridades do que qualquer outra ideologia ou movimento político, incluindo o fascismo. As estatísticas das vítimas incluem execuções, torturas, mortes pela fome intencionalmente provocada, mortes por deportações, trabalhos forçados, prisões.

As estatísticas do número de mortes dada pelo editor Courtois é a seguinte: 20 milhões na União Soviética.
65 milhões na República Popular da China.
1 milhão no Vietname.
2 milhões na Coreia do Norte
2 milhões no Camboja.
1 milhão nos estados comunistas do leste europeu.
150 mil na América latina.
1,7 milhões na África.
1,5 milhões no Afeganistão.
10 mil mortos resultantes das acções do Movimento internacional comunista e de partidos comunistas fora do poder.

Uma lista parcial de alguns crimes cometidos na União Soviética durante os regimes de Lenine e Estaline descreve: As execuções de dezenas de milhares de reféns e prisioneiros e de centenas de milhares de operários e camponeses rebeldes entre 1918 e 1922.
A grande fome russa de 1921 que causou a morte de 5 milhões de pessoas. A deportação e extermínio dos cossacos do Rio Don em 1920.

O extermínio de dezenas de milhares em campos de concentração/gulags no período entre 1918 e 1960.O grande expurgo que acabou com a vida de 690 mil pessoas.A deportação dos kulaks (camponeses resistentes à colectivização/confiscação das suas pequenas propriedades) entre 1930 e 1932.

O genocídio de 10 milhões de ucranianos, conhecido como Holodomor que deu origem a actos de canibalismo causados pela fome intencionalmente provocada.

A deportação de polacos, ucranianos, bálticos, moldavos e bessarábios entre 1939 e 1941 e entre 1944 e 1945.

A sovietização dos Estados Bálticos.
A deportação dos alemães do Volga.
A deportação dos tártaros da Crimeia em 1943.
A deportação dos Chechenos em 1944.
A deportação dos Inguchétios, muçulmanos sunitas, do norte do Cáucaso em 1944.

Como pode esquecer-se, passar uma esponja sobre os mais graves crimes praticados contra a humanidade?

Como é possível esquecer quem os cometeu, quem foi responsável? Como é possível?

Esquerda e direita foram um dia, em 1798, na revolução francesa, apenas a colocação, os lugares à esquerda ou à direita do presidente do Parlamento. O conceito passou a ter que ver com ideologias e partidos. Hoje bem menos isso, mais interesses e veleidades.

Mas hoje, em Portugal, estamos a deixar que a esquerda desrespeite crenças, convicções, a identidade nacional, a nossa História. A esquerda fez esquecer o conceito de tolerância e, paradoxalmente, também, o de igualdade. E nós deixamos.
A nossa História, a História de Portugal que deu novos mundos ao Mundo, que espalhou o cristianismo, é conspurcada, adulterada. E nós deixamos.
A esquerda propõe destruir monumentos evocativos das nossas glórias, substitui nomes de ruas, de pontes, vandaliza estátuas. E nós deixamos.
Má-fé? Ignorância? Muita. Ambas. Veja-se o exemplo da vandalização da estátua do padre António Vieira. A propósito de escravatura ??? Outra vez, má-fé Ignorância. Vá aprendam, isto é especialmente para vocês...

O Padre António Vieira foi filósofo, diplomata, um extraordinário orador e escritor. Acérrimo opositor da Inquisição, foi missionário no Brasil, defendeu sempre os direitos dos indígenas, combateu a exploração e a escravidão. Os índios adoravam-no e chamavam-lhe Paiaçu,o Grande Pai. Defendeu os judeus, perseguidos pela Inquisição e advogou sempre a abolição da escravatura.

Portugal foi paladino da abolição da escravatura e ocupa o primeiro lugar na listagem das abolições em 1570. Depois 1595, 1761, 1854 são datas de sucessivas abolições. Por curiosidade, as últimas abolições de escravatura no mundo dão-se em 1888 no Brasil e 1981 na Mauritânia sendo, no entanto, tal facto considerado crime apenas em 2007.

O nosso país foi, sem dúvida, o colonizador mais brando do mundo e aqueles que, como nós, viveram em alguma das províncias ultramarinas portuguesas podem testemunhá-lo.

Há sempre erros, abusos em todo o lado. Mas os julgamentos feitos sobre o passado devem ser feitos em termos hábeis, adequados às épocas e às instituições.

Sem estes condimentos, que diríamos hoje sobre o Brasil ao recordar a chegada das armadas portuguesas aquele território? Na verdade, a armada de Pedro Alvares Cabral, ao lançar ferro na ilha de Vera Cruz, no dia 22 de Abril de 1500, foi muito bem recebida pelos indígenas. Já com a segunda armada, as coisas foram diferentes: o grumete mandado a terra foi esquartejado e comido pelos índios perante o horror geral.

Portugal é um país de boa gente, amiga do seu amigo, prestável, sempre com vontade de ajudar o próximo, venha ele de onde quer que seja. De gente tradicionalmente tolerante, capaz de reconhecer e respeitar crenças e práticas.

Mas, subitamente, a esquerda faz esquecer todos estes conceitos. Aos poucos, sem darmos por isso, subtilmente o sentido das palavras foi deturpado. A esquerda, enquanto arvora a bandeira da tolerância, é ela própria o paradigma da intolerância para com as opiniões/convicções de todos nós. E rotula-nos de intolerantes, de sexistas, de homofóbicos, de islamofóbicos, xenófobos. Por fim, de racistas! E para engrossar o conceito, cria um paralelo. O sentido mudou: o racismo, contra o branco.

Citei, no início, a fortíssima frase de Martin Luther King. Vem direitinha bater em nós: que NÃO FAZEMOS, NÃO DEFENDEMOS, OMITIMOS.

É urgente, é imperativo que nós, os que acreditamos no nosso País, nos nossos valores, na nossa História, FAÇAMOS, DEFENDAMOS, NÃO OMITAMOS!
«Levantai hoje, de novo, o esplendor de Portugal.» E uma vez mais, com Martin Luther King, citamos:
«Uma fraca compreensão por parte de pessoas de boa vontade é ainda mais frustrante que a total má interpretação de pessoas com má intenção.»

Texto de Manuela de Sousa Rama e László Hubay-Cebrián