Pois é !!!!!
Portugal transformou-se num dos países
mais corruptos da Europa. Nos indicadores de transparência da Transparency
International, ocupamos um vergonhoso 32º lugar no ranking, integrando o grupo
dos piores estados europeus. E somos mesmo dos países que mais depreciou a sua
situação, pois em 2000 ocupávamos a 23ª posição. O que nem admira, já que os
casos de corrupção nas últimas décadas se sucederam de forma vertiginosa.
Tivemos corrupção na Expo 98 e no Euro 2004, na distribuição de verbas do Fundo
Social Europeu; houve desvios de dinheiros na construção da Ponte Vasco da Gama
e também nas parcerias público-privadas. Na Banca, foi um fartar de vilanagem,
com desfalques de dezenas de milhares de milhões no BPN, no BPP, no BES. Só
neste caso, o Estado foi lesado em 12 mil milhões.
Perante
este descalabro, que soluções tem encontrado o Estado português? De facto,
nenhuma; ou, até pior, simula que combate a corrupção, quando de facto a
incentiva e estimula. Criou-se o Conselho de Prevenção da Corrupção, há já 14
anos, que se revelou um organismo absolutamente inútil, apenas servindo para
obrigar entidades públicas a elaborar planos de prevenção de corrupção e riscos
conexos, que a maioria logo de seguida meteu na gaveta. Face ao fracasso,
criou-se de seguida o Mecanismo Nacional Anticorrupção, que tem presidente e
vice-presidente, mas não tem actividade.
Exemplo ainda mais escandaloso é o da Entidade da Transparência, criada em 2019, que deveria controlar rendimentos de políticos; ao fim de três anos, esta Entidade ainda nem está na ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA instalada, os ganhos patrimoniais de políticos estão sem controlo.
Todas as organizações nacionais de combate à corrupção são nados-mortos ou entidades a fingir. Mas este Estado sem-vergonha vai mais longe: assinou a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, mas não cumpre as deliberações previstas na Convenção, falhando na prevenção de conflitos de interesses e na recuperação de activos. Portugal integra o Grupo de Estados Contra a Corrupção, mas não cumpre as suas recomendações. Como o Estado não consegue ludibriar as organizações internacionais, a reputação nacional nesta matéria está nas ruas da amargura. No meio de tanto fingimento, só a corrupção continua demasiado real.
Obrigado á Assembleia da República de Portugal aos seus Deputados representantes do Povo e aos Políticos no Governo e da oposição e ao 25 de Abril....