(Luís de Camões, 10 de Junho de 1580, após o desastre de Alcácer Quibir)
A história parece repetir-se, só que - agora - a morte da Pátria vem-se anunciando já há alguns anos, portanto vem sendo uma morte lenta, consequência - não da perda de uma batalha nas escaldantes areias africanas - mas de um somatório de condenáveis atos e desacatos, de omissões e confusões, de vontades e irresponsabilidades, que a NAÇÃO não impediu por cegueira, comodismo ou "interesse", pois há muito vem sendo avisada por pessoas corajosas e frontais como Medina Carreira e Mário Crespo (por exemplo, não desmerecendo de muitos outros), para não falar dos sérios, claros e graves alertas da Sra. Ferreira Leite, não apenas ao longo de seu mandato como, principalmente, aquando da campanha eleitoral de 2009. Com tal alheamento, o povo português parece querer dar razão a Guerra Junqueiro e Fernando Pessoa, quando a ele se referem, acintosamente.
Os idealizadores da União Europeia não estavam à altura de tão grande tarefa, talvez por ignorarem que - na prática - a teoria é outra, exactamente por serem, na esmagadora maioria políticos que - de política = arte e ciência de governar - tinham conhecimento, apenas, das lutas dentro de seus partidos e pela liderança, onde literalmente "se comem" uns aos outros, faltando-lhes o esforço e a prática da criação de riqueza NO DIA a DIA, o SABER DE EXPERIÊNCIA FEITO da administração de bens materiais e humanos, do ganho do próprio salário e do lucro obtido em actividades produtivas, indispensável para cobrir as despesas próprias, muito diferente de aplicar impostos e viver À CUSTA de quem os paga, quase sempre cidadãos modestos, honestos e trabalhadores vivendo humildemente - se NÃO MISERAVELMENTE - para que seus governantes exibam e esbanjem, desperdicem e gastem à vontade, cegamente, até criminosamente.
Trocaram os governantes portugueses a frota e o direito de pesca por subsídios, ou seja, permitiram a desmobilização de uma milenar actividade produtiva à custa de ESMOLAS, não curando de providenciar a sua substituição por outra, nem sequer de saber ATÉ QUANDO tal troca seria sustentável, incentivando, assim, o DULCE FAR NIENTE, a preguiça, a indolência, que alastrou como praga, o mesmo acontecendo com a pequena agricultura, com a viti-vinicultura (arrancadas as cepas, também com SUBSÍDIO), com a criação de animais domésticos, com a pecuária e com um sem número de milenares actividades QUE DESDE SEMPRE SUSTENTARAM O POVO E ENOBRECERAM A NAÇÃO, tornada dependente e MENDIGANTE com as novas regras, com a cultura da ESMOLA, com o hábito do subsídio, COM A DEPENDÊNCIA DA UNIÃO PARA COMER (80%), PARA TRABALHAR, PARA VIVER (menos) DIGNAMENTE.
Mal governada, mergulhada em "PÂNTANOS", vendo governos e governantes renunciar a meio dos mandatos para se livrarem do peso do fardo que não eram capazes de carregar, mas também para alcançar sinecuras nessa mesma U N I Ã O, também ela SEM GOVERNO ou, pelo menos, com governo ou governos incapazes de prever para PROVER, o que mais que provado está, bastando olhar a gravíssima crise actual, fruto dessa falta de previsão, mas ainda e também, do esbanjar de proventos e riquezas, da criação de estruturas caríssimas, inoperantes e insustentáveis, da falta de planeamento e - acima de tudo - de fiscalização de governos incompetentes, demagógicos, aventureiros, incapazes. A criação de Camões que foi o "VELHO do RESTELO" vem sendo mal vista e pior interpretada, pois "o velho de aspecto venerando" simboliza a prudência e o bom senso, a seriedade e a sabedoria, a experiência e a vivência, ATRIBUTOS MUITO RAROS NOS POLÍTICOS QUE NOS ÚLTIMOS TEMPOS NOS TÊM (DES)GOVERNADO.
MORRENDO COM A PÁTRIA, Camões falecia inocente e de desgosto, ao contrário daqueles que primeiro trataram de A LIQUIDAR para depois espernear recusando-se a com ela ser enterrados, não entendendo que JÁ BASTA o mal que lhe fizeram, já CHEGA o prejuízo que lhe causaram, JÁ É DEMAIS o DANO provocado a PESSOAS e BENS, à MORAL e aos COSTUMES, ao PRESTÍGIO e à TRANQUILIDADE de uma NAÇÃO com quase UM MILÉNIO de história, que é também o mais antigo ESTADO da UNIÃO em sua forma actual, depois de ter sido o GRANDE DESCOBRIDOR de povos e FUNDADOR de NAÇÕES e de ter dado ao MUNDO um Fernão de Magalhães, iniciador da GLOBALIZAÇÃO, autor que foi da primeira VOLTA ao MUNDO, nos tempos em que este ainda vivia na ESCURIDÃO, no ISOLAMENTO e na BARBÁRIE.
Sem comentários:
Enviar um comentário