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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Os 12 restaurantes mais caros do mundo, segundo a Forbes

Os 12 restaurantes mais caros do mundo, segundo a Forbes


Nesta lista de restaurantes reunida pela Forbes não faz sentido falar em 'preço médio por pessoa'. É que não há nada 'médio' em pagar centenas ou mesmo milhares de euros por uma refeição. Sem bebidas.

Sublimotion

Ibiza, Espanha. 1700€ por refeição

Atenção: o preço que se reproduz acima não é gralha. Jantar noSublimotion, em Ibiza, é mesmo uma excentricidade de calibre invulgar. E o preço não se explica apenas pela cozinha vanguardista do chef Paco Roncero, dono de duas estrelas Michelin no seu restaurante de Madrid, La Terraza del Casino. Para começar, na única mesa de refeições disponível — que fica naquilo a que os próprios chamam “uma cápsula” muito sofisticada — cabem apenas 12 clientes. Depois, cada menu de degustação inclui, segundo a Forbes, entre 15 a 20 pratos e é “um banquete para os sentidos — combina gastronomia, arte e tecnologia, durante uma refeição que dura aproximadamente três horas”. O espetáculo, que aqui substitui as expressões refeição oujantar, continua de estômago cheio (e carteira vazia) num terraço privado de 250 metros quadrados. Privilégios que se fazem pagar. E de que maneira.
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Nas paredes do Sublimotion são projetados cenários que ajudam a transformar a refeição num espetáculo sensorial. (© Divulgação)

Masa

Nova Iorque, Estados Unidos da América. 540€ por refeição

O Guia Michelin não só lhe dá três estrelas desde 2009 como afirma que “talvez seja o melhor sushi que se come no continente [americano]”. E se a localização do Masa — o quarto piso de um centro comercial de luxo — não é obstáculo, o preço muito menos: o privilégio de provar oomakase (menu de degustação) do chef Masa Tamayaka custa a módica quantia de 595 dólares (cerca de 540€), valor que nem sequer inclui bebidas ou impostos. O que inclui — desde 1 de março, diz a Forbes — é a gorjeta: são vários os restaurantes de luxo da cidade que aumentaram os salários dos seus empregados e, em contrapartida, adotaram uma rigorosa política de no tipping, depois de perceberem que o valor recebido em gorjetas tinha, em muitos casos, mais a ver com a raça ou o género de quem atendia do que propriamente com a qualidade do seu serviço.
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Masa Tamayaka serve o que a Michelin diz ser “talvez o melhor sushi do continente [americano]” (foto: © Divulgação)

Guy Savoy Monnaie de Paris

Paris, França. 490€ por refeição

Em 2015, o mestre francês Guy Savoy transferiu o seu restaurante parisiense para o edifício da Monnaie de Paris, uma espécie de Casa da Moeda francesa, no sexto arrondissement (bairro) da capital, junto ao Louvre e à Pont Neuf. A vizinhança é tão boa que o restaurante — mais um três estrelas Michelin — não faz a coisa, ou melhor, a conta, por menos: o menu de degustação de 18 pratos, com um título que se traduz por algo como “Inovações e Inspirações” custa 490€ por pessoa. Neste caso, almoçar sai bastante mais em conta — 110€ por pessoa.
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A casa parisiense de Guy Savoy fica na Casa da Moeda francesa. Mas para pagar os 490€ do menu de degustação de 18 pratos dão mais jeito notas ou cartões. (© Divulgação)

Kitcho

Arashiyama, Kyoto, Japão. 435€ por refeição

O chef Kunio Tokuoka segue a tradição familiar no Kitcho, o restaurante que o seu avô, Teiichi Yuki, fundou em Osaka, em 1930 antes de se instalar num edifício que faz lembrar um antigo templo de chá (os japoneses chamam-lhe sukiya) em Arashiyama, nos arredores de Kyoto, cerca de duas décadas depois. Hoje há seis Kitcho espalhados pelo Japão, mas a casa-mãe continua a ser essa, onde Tukuoka serve vários menus de preço fixo. O mais caro, que inclui 10 capítulos, chamemos-lhe assim — entre sopas, sashimi, cozinhados a vapor ou na grelha, entre outros — custa 54.000 ienes (sensivelmente 435€). Pode consultá-lo aqui. Já agora, o menu de degustação (omakase) de mercado pode, avisa a Forbes, ultrapassar esse valor. Destina-se, dizem, “a aventureiros”. Endinheirados, pode acrescentar-se.
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O estilo de arquitetura do Kitcho faz lembrar a de um templo de chá japonês.
(© Divulgação)

Ultraviolet

Xangai, China. 420€ por refeição

O Sublimotion, restaurante que lidera esta lista, não é uma ideia propriamente original. E basta olhar para a imagem abaixo para o perceber. Parece o mesmo restaurante, certo? Não é. Trata-se doUltraviolet, em Xangai, inaugurado em 2012, com base numa ideia que o chef francês Paul Pairet desenvolveu durante mais de 15 anos. A Forbes descreve-o como uma “experiência de jantar multisensorial que inclui “um espetáculo de luz, música temática relacionada com os pratos servidos e os nomes dos comensais projetados na mesa”. Tudo coisas que também acontecem no Sublimotion, tal como os 20 pratos servidos a cada jantar. O preço é que aqui é substancialmente menor: 3000 yuans, ou cerca de 420€, por pessoa. Ainda assim, suficiente para alcançar o 5ºlugar desta lista.
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O chef Paul Pairet, responsável pelo conceito do Ultraviolet é autor de uma teoria que associa o sabor à psicologia. (foto: © Divulgação)

Joël Robuchon

Las Vegas, Estados Unidos da América. 390€ por refeição

Para jantar no restaurante de Joël Robuchon no casino MGM Grand, em Las Vegas, é preciso: a) uma carteira funda; b) muita sorte ao jogo; c) uma combinação das duas hipóteses anteriores. No único três estrelas Michelin da chamada sin city (cidade do pecado) o menu de degustação do mítico chef francês (considerado “chef do século” pelo guia Gault Millau em 1989) custa quase 400€. E a verdade é que há quem perca muito mais do que isso numa simples jogada de blackjack. Entre os produtos utilizados encontram-se todos os incontornáveis na alta cozinha francesa: caviar, lagosta, trufa ou foie gras. E não podia ser de outra forma. Quem quiser provar a cozinha de Robuchon numa versão (ligeiramente) mais acessível, tem outra restaurante do chefe no mesmo casino: o L’Atelier.
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O restaurante de Joël Robuchon em Las Vegas tem traços de Art Deco.
(© Scott Frances)

Alain Ducasse au Plaza Athénée

Paris, França. 390€ por refeição

Ao longo da sua já longa carreira, o monegasco Alain Ducasse acumulou mais de duas dezenas de estrelas Michelin. Três delas pertencem ao seu restaurante na Plaza Athénée, em Paris, reaberto em 2014. Tal como no seu outro restaurante na capital francesa, o Le Meurice, o menu fixo de jantar, intitulado “Jardin Marin”, custa 390€, sem bebidas. Inclui três pratos, queijos e sobremesa. A Forbes refere que em ambos os restaurantes o almoço sai bastante mais em conta (dentro do possível neste universo): vale 210€.
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O cenário impressiona tanto como a conta final.
(© Divulgação)

L’Arpège

Paris, França. 370€ por refeição

Depois de Savoy, Robuchon e Ducasse, parecia mal que outro dos grandes nomes da alta cozinha franesa, Alain Passard, não tivesse o seu lugar nesta lista. Mas tem. No seu L’Arpège, que há duas décadas ostenta três estrelas Michelin, cobram-se 370€ pelo menu de degustação mais completo, que a Forbes garante incluir o prato mais lendário da casa: o ovo quente e frio. O menu vegetariano, que também deu fama ao chef-saxofonista francês, fica por 270€. Uma pechincha. Ou se calhar não.
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Urasawa

Los Angeles, Estados Unidos da América. 360€ por refeição

A Forbes refere que há quem considere o Urasawa “o Masa [restaurante segundo colocado desta lista] da Costa Oeste dos Estados Unidos”. Isto porque o chef que dá nome à casa de Los Angeles, Hiro Urasawa, foi discípulo de Masa Tamayaka, dono do restaurante homónimo em Nova Iorque. Ora, se considerarmos o preço do Masa, 540€/pessoa, pornográfico, o do Urasawa, 360€, será apenas softcore. Explica-se por ficar em Rodeo Drive, a rua mais famosa de Beverly Hills, ter apenas dez lugares — ao que consta, não é nada fácil reservar — e cada menuomakase incluir cerca de 30 pratos, do sushi à alta cozinha nipónica.
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A matéria-prima do sushi que se serve no Urasawa.
(foto: Takaokun / Flickr)

Maison Pic

Valence, França. 320€ por refeição

Não é preciso estar neste meio para saber que o mundo da alta cozinha é dominado por homens. O óbvio desequilíbrio de género que existe nometier não é, sequer — e infelizmente –, discutível. E não o é por estatísticas como esta: em 2007, Anne-Sophie Pic tornou-se apenas a quarta mulher em todo o mundo a ser distinguida com três estrelas Michelin. Tanto o pai, Jacques, como o avô, André, já o tinham conseguido, pelo trabalho no restaurante (e hotel) da família, o Maison Pic, em Valence, perto dos Alpes franceses. Apesar de inicialmente ter recusado seguir as pisadas dos seus antecessores, Anne-Sophie acabou por ceder à tradição familiar e em 1997, cinco anos após a morte do pai, tomou conta da cozinha do Maison Pic. Ali, pratica uma cozinha que a própria descreve como tendo “grande complexidade aromática”. A melhor forma de a experimentar será através do chamado menu Essentiel (320€). Além do Maison Pic, a chef dá cara e o nome por restaurantes em Lausanne e em Paris (ambos com estrelas Michelin), e já teve planos, entretanto suspensos, de chegar a Nova Iorque.
Valence, FRANCE: TO GO WITH AFP STORY : 'Woman chef among five newly honoured with three Michelin stars'. French chef Anne-Sophie Pic poses 21 February at the Maison Pic family restaurant, in Valence, southern France. Five chefs received a third Michelin star in the 2007 Guide, among them, Pic, who becomes the only woman in France to be granted with three stars. Anne-Sophie Pic, 37, who stems from a family of bespangled chefs, follows in the footsteps of only three other women to ever receive three Michelin stars: Eugenie Brazier and Marie Bourgeois in 1933, and Marguerite Bise in 1951. In addition to Pic, four other French chefs were awarded three stars: Yannick Alleno of Le Meurice; Frederic Anton of Le Pre Catelan; Pascal Barbot of L'Astrance, all in Paris; and Jacques Lameloise of Chagny in Saone-et-Loire. AFP PHOTO PHILIPPE MERLE (Photo credit should read PHILIPPE MERLE/AFP/Getty Images)
Anne-Sophie Pic vem de uma família de conceituados cozinheiros.
(foto: PHILIPPE MERLE/AFP/Getty Images)

Per Se

Nova Iorque, Estados Unidos da América. 300€ por refeição

Quando o Per Se, do chef Thomas Keller, abriu, em 2004, o preço do menu de degustação de nove pratos era de 150 dólares. Atualmente vai nos 325, com o serviço incluído, cerca de 300€ deste lado do Atlântico. Uma inflação agressiva, para que terá contribuído a presença frequente do restaurante nas listas dos melhores do mundo, tanto na recente La Liste (onde é segundo) como na famosa World’s 50 Best da revista Restaurant. Mas nem tudo são rosas: a Forbes refere uma recentecrítica negativa do New York Times, onde Pete Wells conclui, resumidamente, que o Per Se não vale o dinheiro. Quem terá razão?
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O Per Se já mais que duplicou o preço do menu de degustação desde a sua abertura, em 2004. (foto: © Divulgação)

Chef’s Table at Brooklyn Fare

Nova Iorque, Estados Unidos da América. 280€ por refeição

Apesar do preço elevado, 280€ por menu e por pessoa, a Forbes avisa: “este restaurante de 18 lugares é um dos mais difíceis de reservar em Nova Iorque”. Há várias razões para que tal aconteça, além da escassez de espaço: o Chef’s Table é o único três estrelas Michelin de Brooklyn, tem uma garrafeira com mais de 3000 referências e o menu de 15 pratos do chef César Ramirez, de inspiração franco-nipónica, muda diariamente, o que leva muita a gente a querer repetir a visita. Quem pode, pode.
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Um dos restaurantes do momento em Nova Iorque. 

quarta-feira, 25 de março de 2015

A Dona disto tudo e a provincia Portuguesa do Imperio de Sangue Angolano

 Dona de Tudo Isto – a província portuguesa do império angolano
Em 25 de fevereiro de 2008, Manuel Vicente disse em Luanda, a propósito das participações da Sonangol e da Galp Energia na Enacol de Cabo Verde, que «nós somos os patrões, vamos ditar as regras do jogo. Ponto final». Este grito do Ipiranga rapidamente foi transformado em «Nós agora somos patrões na Galp». Pouco depois, o então presidente da Sonangol afirmava que «a internacionalização da companhia é feita no quadro de uma política de participações cruzadas. A explicação é simples. À medida que houver oportunidades de empresas portuguesas poderem investir em Angola, nós também o faremos em Portugal».
Em 17 de dezembro de 2008, o Banco Comercial Português, em que a Sonangol então já detinha 5%, anunciava que tinha vendido à Santoro Financial Holdings 87.214.836 ações representativas de 9,69% do capital social do Banco BPI, ao preço por ação de 1,88 euros, que se traduziu num investimento de 163,96 milhões de euros.
(…)
"No caso de Isabel dos Santos, junta-se ainda o facto de as suas aplicações financeiras serem em setores protegidos e de renda assegurada e na banca".
Estes movimentos de ligações financeiras, comerciais, económicas pós-coloniais têm objetivos estratégicos para os angolanos. Por um lado, com a participação nos bancos em Angola têm acesso ao crédito e com as conexões financeiras aos circuitos financeiros internacionais através de bancos europeus. No caso de Isabel dos Santos, junta-se ainda o facto de as suas aplicações financeiras serem em setores protegidos e de renda assegurada e na banca. Assim, Portugal é importante para Angola, como «praça financeira acessível, permeável e integrada no mercado financeiro mundial, uma plataforma onde a estratégia extrativa da elite angolana, com as suas colossais aplicações no estrangeiro, se pode desenvolver sem os atritos encontrados em sistemas bancários como o norte-americano, onde a vigilância e prevenção da corrupção e do branqueamento de capitais está mais desenvolvida».
Isabel dos Santos tem procurado em Portugal também uma boa base para a aquisição de know-how e competências para negócios em Angola, como mostram as joint-ventures feitas com a ZON, NOS, e com a Sonae na Condis, empresas em que detém a maioria do capital. Anos antes, tentou negociar com a Viacer, empresa do grupo Violas, Arsopi e BPI, que controla a Unicer, um acordo para uma nova fábrica em Angola, mas falhou porque Isabel dos Santos não prescindia da maioria do capital.
Em 2013, a Sodiba, empresa de Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, fez um acordo com a Sociedade Central de Cervejas (grupo Heineken) que licenciou o fabrico da marca Sagres. O projeto, que já recebeu a anuência da ANIP (Agência Nacional para o Investimento Privado), implica a transferência de tecnologia e uma nova fábrica que ficará localizada no Bom Jesus, município de Icolo e Bengo (Luanda), num investimento de 149,6 milhões de dólares e prevê a produção de duas novas marcas de cerveja, uma delas premium.
Isabel dos Santos não tem uma holding corporativa que concentre e coordene os investimentos, como é norma dos grupos empresariais e conglomerados. Ela prefere criar para cada um dos negócios holdings, sedeadas em offshores como Malta, Madeira, ou a Holanda, que depois participam em cada um dos negócios feitos em Portugal ou na Suíça. O seu modelo de organização é mais semelhante ao de Américo Amorim, de quem se tem distanciado, e menos ao da Sonae. O Globo refere: «Dizem que a complexa estrutura dificulta mapear todos os investimentos da Leoa, como é conhecida em Angola». Por sua vez, o Jornal de Negócios salienta o facto de as suas participações financeiras nas empresas em Portugal passarem através das «mais magníficas offshores», que são «muitas vezes financiadas por bancos portugueses.»
Isabel dos Santos detém 18,6% do capital do BPI
Em 7 de maio de 2012, o Caixa Bank (Grupo La Caixa) vendeu à Santoro Finance – Prestação de Serviços, SA («Santoro») 46.710.165 ações (€0,50 por ação), por 23,355 milhões de euros, acrescido de uma taxa de juro de 2,5% ao ano, desde a presente data até à liquidação da operação. Com esta venda, a participação do CaixaBank no capital social do BPI é de 48,97% para 39,53%. Atualmente, Isabel dos Santos detém 270.643.372 ações que representam 18,6% do capital do BPI.
Este negócio surgiu depois de o Banco Itaú ter vendido em abril de 2012 a posição de 18,87% aos espanhóis da La Caixa. Já então, em fins de 2011, Isabel dos Santos mostrava vontade em comprar a posição do banco brasileiro. Inicialmente, a ideia era o Banco BIC Portugal adquirir uma posição no BPI em vez de comprar o BPN. Como refere o Público, «no BIC, Isabel dos Santos não estava sozinha a defender o negócio com o Itaú, pois Américo Amorim preferia também este investimento à aquisição do BPN». Em entrevista ao Público, Fernando Teles, presidente do BIC, admitiu que a compra do BPN gerou controvérsia entre os acionistas e lembrou, sem se referir a nenhuma operação em concreto, que tendo «uma acionista (Isabel dos Santos) que já tem 10%, se comprássemos mais 20%, ficávamos com 30% e éramos capazes de ter alguma influência no BPI».
No dia 30 de março de 2012, Maria Luís Albuquerque, então secretária de Estado do Tesouro de Vítor Gaspar, assinou com Fernando Teles, em nome dos acionistas do Banco Internacional de Crédito (BIC), a venda, por 40 milhões de euros, do BPN, que estava nas mãos do Estado desde novembro de 2008. Esta venda era urgente para o executivo de Pedro Passos Coelho que tomara posse em junho de 2011 e o BPN estava no topo das privatizações que estavam no Memorando de Entendimento negociado com a troika.
Não havia muitos interessados e o mais afoito era o BIC Portugal mas mesmo assim mostrava alguma indecisão até porque havia outras alternativas de investimento como o BPI. Como relata a Visão, a dada altura Passos Coelho apelou a Mira Amaral, como contou numa audição parlamentar. «Ó Mira Amaral, eu, como primeiro-ministro, tenho o dever de tudo fazer para salvar a liquidação do BPN e apelo à sua boa vontade para conseguir uma solução.» A resposta que Mira Amaral deu ao primeiro-ministro foi esta: «O negócio não se faz “só com simpatia “, é preciso “haver factos novos em cima da mesa”.» Ainda houve mais um encontro, em São Bento, para convencer os acionistas do BIC, e a 9 de dezembro de 2011 foi assinado o contrato-promessa, cujos termos ainda são secretos. Seis dias depois, Isabel dos Santos reunia-se com Vítor Gaspar. Em junho de 2012, os acionistas do BIC compraram por 40 milhões de euros as ações do BPN que estavam no BIC e fundiram os dois bancos através da incorporação do BIC no BPN, que se passou a chamar BIC. Deste modo manteve-se a possibilidade de deduzir prejuízos que o BPN registou (até um valor próximo de mil milhões) e que o isentam de pagar impostos nos próximos anos.
A influência d "Leoa" no sistema financeiro português passa também pelo BIC, dirigido por Mira Amaral, que ficou com os despojos do BPN
Por outro lado, como refere a Visão, «os acionistas resolveram reduzir o capital do novo banco. Parte dessa redução de capital destinou-se à “extinção do crédito do BIC sobre os seus acionistas relativo à aquisição da participação daquela entidade no BPN”, revela uma informação do Banco de Portugal, conhecida no dia 27 de setembro deste ano. Recapitulando: o Estado injetou 600 milhões de euros no BPN, imediatamente antes da venda ao BIC, para “recapitalizar” o banco. O BIC cujo capital próprio era de apenas 32 milhões pagou 40 milhões. Os seus acionistas assumiram esse valor, através de um crédito. E o crédito foi liquidado com uma redução do capital no novo banco (…) Ou seja, os capitais próprios dos dois bancos (BPN e BIC), antes da fusão, na ordem dos 400 milhões de euros, passaram, depois da fusão, a ser de apenas 360 milhões».
"A grande cash-cow de Isabel dos Santos continua a ser a Unitel (...). «O impacto da queda dos preços do petróleo em Angola não irá afetar os acionistas angolanos do BPI e, nomeadamente, a empresária Isabel dos Santos».
A grande cash-cow de Isabel dos Santos continua a ser a Unitel como se deduz da análise feita por Fernando Ulrich, presidente executivo da BPI, «o impacto da queda dos preços do petróleo em Angola não irá afetar os acionistas angolanos do BPI e, nomeadamente, a empresária Isabel dos Santos».
(…)
Em setembro de 2014, Isabel dos Santos e Fernando Teles compraram as participações de Américo Amorim no Banco BIC Angola (25%) e Banco BIC Portugal (25%), e de António Ruas, um português emigrado no Brasil, que tinha 10% em cada um dos bancos. Com estas alterações, Isabel dos Santos passou a controlar 42,5% e Fernando Teles 37,5%152. Numa entrevista ao jornal angolano Expansão, Fernando Teles explicou que estavam em negociações com Américo Amorim e António Ruas para a compra das ações. Estes dois investidores estavam a negociar com bancos estrangeiros e um fundo inglês e os dois principais acionistas Fernando Teles e Isabel dos Santos decidiram que deviam «fazer um esforço para, negociando o pagamento a prazo, comprar essas participações. (…) O negócio foi feito em outubro do ano passado e agora concretizou-se. Tivemos de falar com o Banco Nacional de Angola, o Banco de Portugal e o Banco de Cabo Verde e tivemos de estar à espera de que todos dessem luz verde para fechar o negócio». O objetivo foi o de não deixar «entrar no capital entidades que não conhecemos, cujos objetivos não conhecemos, e de cuja forma de gestão podíamos não gostar».
A sua estratégia financeira para Portugal, que poderia passar por um reforço da aliança para a privatização do Novo Banco, sofreu um revés com a OPA da CaixaBank, como se denomina a entidade bancária da Fundação La Caixa desde 2011, ao BPI. Os sócios espanhóis informaram Isabel dos Santos da OPA mas não propuseram ou concertaram qualquer posição. O CaixaBank oferecia 1,329 euros por cada ação do BPI o que me permitiria a Isabel dos Santos encaixar 360 milhões de euros depois de ter investido pouco mais de 177 milhões de euros.
No entanto, no tabuleiro das negociações entre Isabel dos Santos e os sócios espanhóis está também o Banco de Fomento de Angola em que a Unitel, de que Isabel dos Santos é acionista, tem 49,9% e o BPI a maioria com 50,1%. É que o BPI foi afetado pelo facto de, no âmbito da supervisão bancária europeia, o BCE ter passado a exigir que as instituições contabilizem a 100% [até agora o requisito oscilava entre 0% e 20%] o impacto da sua exposição a grandes riscos de unidades a operar nos mercados classificados com fiscalizações distintas da europeia como é Angola, um dos duzentos estados assim classificados pelo BCE. Esta alteração regulamentar implica que, ou o BPI vende parte da sua participação no BFA ou aumenta o seu capital, pois a exposição ao banco angolano fez baixar o rácio de capital do BPI 9,8% (30 de setembro de 2104) para 8,9%, pouco acima do mínimo de 8%.

As alianças e estratégias

A 20 de agosto de 2013, no âmbito da reunião do BRICS Business Council, em Joanesburgo, Isabel dos Santos participou num painel ao lado de líderes empresariais como Johann Rupert, presidente da Richemont e Remgro, Mo Ibrahim, presidente da Fundação Mo Ibrahim, Alhaji Aliko Dangote, presidente do Dangote Group, e Jim Ovia, co-fundador do Zenith Bank. A sessão que se destinava a dar voz às visões de destacados líderes empresariais foi moderada por Donald Kaberuka, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que teceu várias considerações sobre a empresária Isabel dos Santos: «Trata-se do reconhecimento público e internacional da empresária Isabel dos Santos, como exemplo de empresária que enche de orgulho não só os angolanos como todos os africanos», sublinhando que «ela é uma empresária exemplar no contexto do desenvolvimento das economias africanas». Termina a referir que «a Isabel é um exemplo para as mulheres africanas, mas não só, é também um exemplo para todos os africanos».
Como reconhecia o Financial Times, «mesmo alguns críticos reconhecem a mestria independente de Isabel dos Santos como mulher de negócios». Num dos telegramas da embaixada dos Estados Unidos em Luanda transcrevia-se a opinião de Ricardo Gazel, brasileiro economista sénior do Banco Mundial: «Gazel referiu que a filha de Dos Santos, Isabel, cujo nome é ocasionalmente referido como possível sucessora, é uma das personalidades mais experientes do mundo dos negócios que ele conhece, chegando a dizer, em tom de brincadeira, que Harvard devia fazer um case-study sobre ela.»
«Ser uma mulher e dedicar-me ao mundo dos negócios ou do investimento é um pouco desafiante. As mulheres, sejam de que continentes forem, sabem do que estou a falar. Nem todas as portas se abrem para si".
Em 23 de setembro de 2014, Isabel dos Santos liderava o Top 10 das Mulheres Líderes de Negócios em África feito pela African Business Review157. Isabel dos Santos reflete sobre o facto de ser mulher, jovem e africana: «Ser uma mulher e dedicar-me ao mundo dos negócios ou do investimento é um pouco desafiante. As mulheres, sejam de que continentes forem, sabem do que estou a falar. Nem todas as portas se abrem para si, não é habitual encontrar o mesmo tratamento e é possível que a ponham à prova. No entanto, se além de ser mulher ainda vem de África é duplamente desafiante. Se ainda por cima é jovem, não tem credibilidade aos olhos dos outros. É difícil mas penso que há uma nova tendência por todo o mundo.» Há sinais de mudança: «Se olhar para as várias economias, vemos muitos jovens a começar empresas, a tomar iniciativas e a criar emprego. Acho que as mulheres africanas já lá estão, já chegaram, estamos cá.»
As descrições sobre a sua personalidade não variam muito: "É muito fria, muito discreta, muito inteligente e tem uma profunda noção estratégica das coisas."
«Sou uma empreendedora que acredita que temos de tomar a iniciativa e descobrir as nossas próprias respostas», assim se define Isabel dos Santos, que considera que também tem uma responsabilidade: «Temos de facto a responsabilidade de transformar este potencial em oportunidades e em factos concretos. Essa é a principal responsabilidade. Depois, claro, criar empregos e garantir que as pessoas têm acesso à educação. Enquanto mães, temos de garantir que os nossos filhos têm acesso à educação, vão à escola, que são boas pessoas e com os valores certos. É sempre importante ter bons valores e ética no negócio.»
(…)
As descrições sobre a sua personalidade não variam muito: «É muito fria, muito discreta, muito inteligente e tem uma profunda noção estratégica das coisas. (…) Simples, simpática e sem ostentação.» «Discretíssima, fantástica, de excelente caráter, simples e bem formada» segundo o pintor e arquiteto Júlio Quaresma, que acrescenta: «É uma mulher fantástica. Não é uma compradora de arte, mas é uma pessoa interessada que gosta de saber tudo, questiona muito (…). É muito divertida sem ser boémia. Nunca a vi dançar num bar ou discoteca. Ri com muita facilidade. Mas é lúcida, sensata no trato e pró-ativa quando se senta à mesa das negociações.»
Uma das suas irritações relaciona-se com a invocação de uma vida boémia anterior à sua vocação empresarial, como fez a edição da Sábado de 2007, Isabel dos Santos reagiu com veemência: «O seu autor pretende criar uma caricatura da minha pessoa e ridicularizar o meu personagem. Todos os que me conhecem sabem que não bebo uísque pois não gosto, saberão igualmente que nunca estou acompanhada de nenhum serviço de protocolo e que não tenho nenhum assistente protocolar.»
Mas atualmente não se poupam qualificações num retrato pródigo em elogios: «Apesar de ter fama de dura e implacável nas negociações, Isabel dos Santos mostrou ser também intuitiva e ágil quando as circunstâncias o aconselham.» Acrescentam que «segue o seu modus operandi: ataca onde, e quando há necessidade de capital». «Isabel é educada, sofisticada, serena e mãe-galinha, devotada ao marido, com quem discute todos os negócios. É bem informada, dura a negociar, muito arguta e inteligente, tanto na reflexão como nos comentários. Fala devagar, é ponderada e sabe ouvir. Mas, depois, leva sempre a água ao seu moinho».
"Isabel dos Santos divide-se entre Luanda, Lisboa e Londres. (...) Normalmente as suas reuniões de trabalho são no Hotel Ritz, onde por vezes se instala 'rodeada de mordomias que expressamente solicita, mas evita ou declina aparecimentos em público'".
Isabel dos Santos divide-se entre Luanda, Lisboa e Londres. Na capital portuguesa tem casa comprada através de offshorenos Estados Unidos, mas normalmente as suas reuniões de trabalho são no Hotel Ritz, onde por vezes se instala «rodeada de mordomias que expressamente solicita, mas evita ou declina aparecimentos em público», segundo a Africa Monitor, citada pelo Jornal de Negócios, e possui escritório na Avenida da Liberdade, no prédio da loja Louis Vuitton, junto do antigo cinema Tivoli. Também em Londres mantém um escritório, em Chelsea, junto da famosa King’s Road, e um apartamento em Mayfair. Em Luanda, segundo a Visão, vive num condomínio de luxo, à saída de Luanda, «habitado por CEO de grandes empresas, (…) equipado com ginásio, coisa rara, na capital angolana, mas onde prefere o jogging matinal ao ar livre, Isabel terá duas casas, e nunca se sabe em qual delas está. (…) Tudo táticas de guerrilha, inspiradas no MPLA. Tal como o pensamento estratégico e os planos quinquenais com que raciocina”.

Os padrinhos e os braços direitos

Numa entrevista à TPA-2, Isabel dos Santos dizia, num conselho aos jovens empreendedores angolanos, que «o segredo está em ter uma equipa. Se resolverem fazer alguma coisa têm de ter uma equipa porque é uma equipa que trabalha junta que cria as grandes empresas, não são as pessoas de uma forma isolada». Para a Jeune Afrique, savoir s’entourer é o seu segredo. E a revista refere que em Angola não faz nada que possa desagradar aos seus padrinhos general Leopoldino Fragoso do Nascimento (Dino), Kopelipa, Manuel Vicente e Noé Baltazar, que foi presidente da Endiama e hoje está ligado ao Banco Sol.
Manuel Hélder Vieira Dias, 61 anos, conhecido como Kopelipa é ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República de Angola. Foi diretor do Gabinete de Estratégia Política durante a guerra civil, que tinha uma grande ligação aos serviços de informação e propaganda. Tornou-se chefe da Casa Militar em 1995. Em 2004, passou a presidir ao Gabinete de Reconstrução Nacional, gerindo a reconstrução das infraestruturas financiadas pela China. O general Leopoldino Fragoso do Nascimento (Dino) é consultor do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, detendo o grupo Cochan com atividades nas telecomunicações (Unitel) e no setor da energia (Puma Energy). Manuel Vicente é o atual vice-presidente da República de Angola e foi o presidente da Sonangol entre 1999 e 2012.
Mário Silva é considerado o grande estratega de Isabel dos Santos
Em Portugal, os seus braços direitos, consultores e executores são Mário Leite da Silva e Jorge de Brito Pereira. Mário Leite da Silva, licenciado em economia pela Universidade do Porto, e que, depois de ter passado pela Grundig, PricewaterhouseCoopers & Associados, BNC e por várias empresas de Américo Amorim, em 2006, se juntou a Isabel dos Santos. Hoje preside à De Grisogono, Santoro Finance, Santoro Financial Holding e Fidequity e é administrador da NOS, SOCIP – Sociedade de Investimentos e Participações, Finstar – Sociedade de Investimentos e Participações, Esperaza Holding, BFA – Banco de Fomento de Angola, Nova Cimangola, Banco BPI, Kento Holding Limited e Victoria Holding Limited.
Mário Silva é considerado o grande estratega de Isabel dos Santos com capacidade de antever e desenhar negócios, sendo visto como uma figura muito importante na estrutura do grupo. Com Isabel dos Santos definiu as áreas estratégicas do grupo, que são a financeira, as telecomunicações e a energia. Depois um conjunto de negócios que podem ser considerados de oportunidade como os cimentos, as cervejas, a distribuição, o imobiliário, o luxo e a restauração. Jorge de Brito Pereira é advogado da PLMJ e chairman da NOS. Na área da comunicação conta com Luís Paixão Martins, fundador e dono da LPM.
Em Angola tem quadros da sua confiança como Amílcar Safeca, CTO da Unitel e presidente do conselho fiscal do Banco de Fomento de Angola, Diogo Santa Marta, CFO da Unitel e administrador não executivo do Banco de Fomento de Angola, e Catarina Eufémia Amorim da Luz Tavira, licenciada em gestão pelo ISCTE, que esteve na Unitel e na ZAP – Distribuidora de TV por Satélite em Angola e Moçambique.
As suas alianças em Portugal passam pelos sócios de oportunidade, como Américo Amorim, com quem só mantém ligação na Galp Energia, ou os luso-holandeses da Central de Cervejas, em que o capital é holandês e grande parte da gestão portuguesa, e os sócios de parcerias como Paulo Azevedo (NOS e Condis-Continente em Angola), Fernando Ulrich, os catalães do La Caixa (BPI) e Fernando Teles (Banco BIC). Daniel Proença de Carvalho tem boas relações com a empresária, tal como o CEO da NOS, Miguel Almeida ou Luís Mira Amaral, presidente do BIC Portugal.
Apesar da separação de negócios com Américo Amorim, Isabel dos Santos foi influenciada pelo modus operandi deste como empresário. Cada negócio tem os seus gestores, não um centro operativo formal. Isabel dos Santos distingue-se de Américo Amorim em dois aspetos. Não tem tanta apetência por dinheiro e não é tão interventiva no quotidiano nos negócios como Américo Amorim.
A Câmara do Porto já distinguiu o marido de Isabel dos Santos, o colecionador de arte contemporânea Sindika Dokolo, com a Medalha de Mérito da Cidade (grau ouro).
Em Portugal já foi defendida por grandes empresários, como António Mota ou por ex-Donos Disto Tudo, como Ricardo Salgado. Este, que foi presidente do BES e tinha um cartão de frequência da elite angolana e a quem o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, concedeu uma garantia soberana de três mil milhões de euros, disse, quando Isabel dos Santos entrou no capital da NOS, que esta é «uma excelentíssima empresária, a nível nacional e internacional» e, mais tarde, referiu que «Isabel dos Santos é uma ótima gestora e fico contente que tenha entrado para a administração da ZON». Por sua vez, António Mota, cuja Mota Engil Angola tem como sócios angolanos a Sonangol, o Banco Privado do Atlântico (BPA), a Finicapital e a Globalpactum, confessou: «Eu conheço mal a engenheira Isabel dos Santos, ela não pode ser penalizada por ser filha do Presidente, acho que ela seria uma grande empresária em qualquer país em que ela estivesse.»
Segundo a Jeune Afrique, Isabel dos Santos está a preparar metodicamente o pós-José Eduardo dos Santos, o pai que, queira ou não, tem sido um protetor, construindo «uma rede de fiéis», «umas dezenas de pessoas próximas». Descreve a publicação que «todos os anos, com o marido, convida-os o mais discretamente possível para lugares de sonho. Um iate em Ibiza, nas Baleares, ou um palácio em Marraquexe (…). Segundo um testemunho recolhido pela Jeune Afrique, foi numa sumptuosa ilha-hotel nas Maldivas, longe de paparazzi, que a jovem milionária festejou os seus 40 anos, em abril. À sua volta uns quarenta próximos. Alguns dos seus irmãos, mas nem José Filomeno nem Tchizé compareceram. Sobretudo amigos».

Politicos Senadores... Os mais perigosos

SENADORES.  Os políticos assim designados e aparentemente os mais credíveis são em geral os mais perigosos. Estão com um pé na política e outro nos negócios. Traficam influências.
António Vitorino, o todo-poderoso ex-comissário europeu, é o mandatário do PS às eleições europeias. O seu principal adversário, Paulo Rangel, é seu sócio na sociedade de advogados Cuatrecasas Gonçalves Pereira. Vitorino rejubila: seja qual for o resultado, quem ganhará nas europeias é a sua sociedade de advogados e os seus negócios.

Outro socialista, Luís Amado, participa na organização da próxima cimeira da CPLP, onde se decidirá a admissão à organização da Guiné Equatorial; cujo presidente, o ditador Obiang, será acionista de referência do Banif, banco a que preside Amado. Pela mão deste, o capital de Obiang no Banif constitui a jóia de entrada da Guiné Equatorial na CPLP.

Em todos os partidos do arco do poder há senadores. Os social-democrátas Ferreira do Amaral e Valente de Oliveira estão agora ao serviço das empresas que detêm as parcerias público-privadas rodoviárias. As mesmas PPP que eles ajudaram a criar, enquanto ministros das obras públicas, desde aponte Vasco da Gama às famosas ex- SCUT.

Ostentam também o estatuto de senador os mais famosos advogados/políticos lusitanos. Participam em programas de 'opinião; em rádios e televisões, em defesa dos interesses que servem. Lobo Xavier analisará o orçamento de estado, em função da influência que este tenha nos negócios do BPI, de que é administrador; ou das consequências nas PPP, já que também administra o grupo Mota-Engil.

O advogado socialista Vera Jardim está na mesma lógica, pois preside ao BBVA e a sua sociedade de advogados é a que mais factura com os concessionários das PPP.

Os senadores estão ao serviço do capital, qualquer que seja a sua origem. Proença de Carvalho emite as opiniões que interessem ao presidente angolano Eduardo dos Santos.

Eduardo Catroga e Rui Vilar prestam vassalagem, no sector eléctrico, aos ditadores chineses.

A marca comum destes senadores é uma falsa seriedade, que aparentam com ar circunspecto. Mas atenção: ser sério não é ser sisudo. Ser sério é ser honesto.

Portugal , Um País Pobre ???? Não

PORTUGAL, UM PAÍS POBRE? 

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 PORTUGAL É UM DOS PAÍSES MAIS RICOS DA UE, E NÃO DOS MAIS POBRES!
PORTUGAL É UM DOS POUCOS PAÍSES NO MUNDO QUE PODE FECHAR AS SUAS FRONTEIRAS, POIS A NATUREZA DA-LHE UMA GRANDE RIQUEZA QUE CONTÉM TUDO O QUE É NECESSÁRIO PARA QUE A SUA POVOAÇÃO POSSA VIVER FELIZ E EM PAZ!
A maior parte dos portugueses desconhece que o seu “pobre” país possuí:
– A maior Zona Económica Exclusiva da UE, que é tão grande como todo o continente europeu.
– 80% de solo arável, mas está quase em completo abandono.
– Invejável rede hidrográfica a nível mundial.
– Grandes reservas de água doce, em aquíferos subterrâneos, quase inesgotáveis.
– As maiores reservas de ferro, da UE, de excelente qualidade.
– As maiores reservas de cobre da Europa (segundas do mundo).
– As maiores reservas de tungsténio (volfrâmio) da Europa.
– As maiores reservas de lítio da Europa.
– As maiores reservas de terras raras.
– As segundas maiores reservas de urânio da Europa.
– Grandes reservas mineiras de ouro, prata e platina.
– Grandes reservas de carvão mineral de excelente qualidade.
– E as incomensuráveis riquezas que as águas do Atlântico escondem.
– Uma das maiores reservas de petroleo da europa ,que ja vão ser exploradas na costa do Algarve, por companhias alemães e espanhola. Vão pagar a Portugal apenas 20 centimos por barril, enquanto ele já passou à muito tempo os 100 dólares por barril.
-Reservas de gás natural e de gisto, que dá para Portugal pelo menos para 100 anos sem precisar de ninguém.
E isto é apenas a ponta do iceberg que circula pela internet,…
Portugal, é possivelmente o país mais rico da UE, na sua dimensão, e é levado à ruína pelos seus governantes.
Caros Governantes, por favor valorizem o vosso país, em vez da vossa carteira!

PARTILHA E AJUDA A DIVULGAR O QUE O NOSSO PAÍS TEM DE BOM!

Os Boys na Camara Municipal de Lisboa

Câmara de Lisboa, 30 boys só do PS, mais os do CDS, PCP e PSD
A Câmara Municipal de Lisboa dá emprego a, pelo menos, 30 'boys' do PS. A maior parte são familiares de deputados, autarcas e militantes históricos do partido socialista. O município liderado por António Costa justifica que a filiação partidária não pode lesar pessoas.
A maior parte são familiares de deputados, autarcas e militantes históricos do partido socialista.
A câmara municipal de Lisboa, presidida há 7 anos pelo candidato a primeiro-ministro António Costa, parece cada vez mais uma réplica do Portugal em Pequenino de José Sócrates.
Nos últimos 4 anos a diferença acumulada entre receitas orçamentadas e receitas efectivas foi de quase 400 milhões o que deixa as finanças da autarquia à beira da ruptura.
O grau de endividamento da câmara de Lisboa (114,67% em 2013) é dos mais altos.
O endividamento total em 2013 era de 558,8 milhões e seria 845 milhões se não fossem 286 milhões recebidos do governo em 2012 «pela compra há mais de 70 anos dos terrenos do aeroporto, 20 anos antes de Costa ter nascido, e pela «compra» dos terrenos da Expo, uns 20 anos antes de Costa ter aterrado na câmara»
LISTA QUE REÚNE CENTENAS DE CASOS DE NEPOTISMO (BOYS,GIRLS, FAVORES, TACHOS) ARTIGO COMPLETO: http://goo.gl/OUeIpM
Compilação sobre António Costa o tal que não queria mostrar as contas da CML e foi obrigado pelo tribunal..::: http://goo.gl/c6hDYA
Neste video, Manuel Monteiro denuncia o despesismo insustentável da CML, a gestão danosa e criminosa do orçamento da CML.
https://www.youtube.com/watch?v=PL0V-IpNmSk
As pessoas ainda não perceberam que grande parte dos movimentos e guerras dos partidos, são apenas manipulações e farsas que visam 2 objectivos vitais para a sobrevivência dos mesmos: - ganhar votos e dinheiro.
As guerras dentro dos partidos, como agora as do PS, surgem porque eles percebem que mesmo os seus apoiantes habituais, começam a dar sinais de cansaço e desinteresse, e perdem a vontade de apoiar o PS e brinda-lo com os milhões de euros ganhos com os votos. Por isso os estrategas de manipulação, pagos para enganar tolos, sabem que é urgente criar situações que causem um abalo dentro do PS para espicaçar os adeptos e a comunicação social.
A estratégia de dividir para reinar também funciona dentro dos partidos. Quem é que resiste a uma disputa, e ao apelo de socorro que ela implica, para que todos acorram em defesa dos seus favoritos? Mesmo que não se goste de nenhum há sempre um favorito.
ET VOILÁ, foi fácil, o rebanho acudiu....
(16 de julho 2014) "Três mil simpatizantes já se inscreveram no PS.
(13 Setembro 2014) Jorge Coelho: Universo eleitoral de 240 mil nas primárias do PS superou as melhores expectativas
Esta é uma forma de despertar o adormecido espírito de seita da malta dos partidos.
ARTIGO COMPLETO: http://goo.gl/Yoxtkg
FONTE DO VIDEO, CMTV::: http://goo.gl/toKKpj
As despesas não abrandam...
- São os salários dos boys que geralmente são pagos muito acima do mérito e mesmo da importância ou utilidade do cargo. Quando se trata de família e amigos, que importa o mérito e a competência? Muitas vezes os cargos são criados apenas para efeitos de salário, pois são sobejamente conhecidos os casos de cargos criados e onde o boy ou girl nem precisa de aparecer no local de trabalho.
- São ainda despesistas e injustos os benefícios extras que geralmente ultrapassam o razoável mas para a família e amigos tem que ser tudo do bom e do melhor, claro. Carros, subsídios, extras e muito pouco trabalho.
- São as empresas públicas, e outros organismos parasitas criados apenas para os albergar, porque cada vez há mais amigos e familiares de cada vez mais políticos. As ramificações são cada vez maiores.
Para agravar estes organismos são mal geridos, muitos estão falidos e são eternamente ruinosos, mas sempre estão sempre seguros e em pé, graças ao dinheiro do estado e ao sacrifício de todos nós.
- São os constantes e colossais prejuízos provocados por gestão danosa e mesmo criminosa, ora por incompetência, ora por falta de ética, ora por abuso. Tudo porque o valor da competência e do mérito são substituídos pela cunha
- São ainda exorbitantes os milhões de impostos que os governos gastam para indemnizar boys de outros governos e de outros partidos, despedi-los, para criar lugar para albergar todos do novo partido eleito. É um entra e sai dos poleiros que inflaciona, o já de si dispendioso, jogo dos boys e também desestabiliza o serviço.
- E finalmente a falta de profissionalismo que lesa os contribuintes, prejudicando a qualidade das instituições ou organismos onde se albergam, pois não foram escolhidos nem por mérito, nem por currículo e muito menos por competência.

Honestidade Politica


Não existe um único POLÍTICO QUE DEMONSTRE E TENHA HONESTIDADE INTELECTUAL. É triste maneira como nos tratam pensando que o povo, eu,tu, nós, continua analfabeto e desinformado. Precisamos de HONESTIDADE INTELECTUAL nos Políticos, na Assembleia , na Europa no Mundo. Hoje vivemos sem futuro, apenas o presente e o nosso passado individual , porque esse já ninguém nos tira. Austeridade ??? a palavra vem de Austero e o significado é alguém que não gasta aquilo que não tem .... Com toda a certeza não foi o tal Povo desinformado e analfabeto que o gastou... Perdemos a Agricultura, perdemos as Pescas, mas ganhámos estradas e autoestradas, centros culturais , Estádios , Autarcas e Camaras Municipais, mas por favor não nos façam passar, eu, tu, nós, por analfabetos desinformados. TENHAM HONESTIDADE INTELECTUAL... Eu, Tu, Nós Merecemos !!!!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O POVO ESTÁ ATENTO !!!!!!!

Acabou o recreio !!!!!!!!!!!!!!! . A guerra contra a chulisse, está a começar. Não subestimem o povo que começa a ter conhecimento do que nos têm andado a fazer, do porquê de chegar ao ponto de ter de cortar na comida dos filhos! Estamos de olhos bem abertos e dispostos a fazer -quase-tudo, para mudar o rumo deste abuso. Todos os ''governantes'' [a saber, os que se governam...] de Portugal falam em cortes de despesas - mas não dizem quais - e aumentos de impostos a pagar. Nenhum governante fala em: 1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três ex-Presidentes da República. 2. Redução do número de deputados da Assembleia da República para 80, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode.
3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego. 4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo. 5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros? e se não são verificados como podem ser auditados? 6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821. 7. Redução drástica das Juntas de Freguesia. Acabar com o pagamento de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas Juntas de Freguesia. 8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades. 9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;. 10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, os filhos das amantes... 11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos. 12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc. 13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis. 14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DÁ COISA PÚBLICA. 15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do partido no poder.
16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar. 17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado. 18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP. 19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora. 20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos. 21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões ao erário público. 22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD). 23. Assim e desta forma, Sr. Ministro das Finanças, recuperaremos depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado. 24. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público Privado), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem". 25. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam; 26. Controlar rigorosamente toda a actividade bancária por forma a que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise". 27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida. 28. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.
29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois. 30. Pôr os Bancos a pagar impostos. 31. Denunciar as falsas boas vontades de campanhas, seminários e 'formações' destinadas a caçar subsídios, a subsídiodependência, em que cada acção é um modelo novo na frota automóvel. 32. Não papar festivais e golpadas, como 7 maravilhas disto e daquilo, que engordam muitos à custa dos votos e telefonemas imbecis para promover aquilo que não tem excelência e nem qualidade para ser destacado. Todas estas manobras promovem 'salazares e alheiras' e afundam o que realmente tem valor em Portugal... 33. Impedir o 1.º Ministro de cometer graves atropelos à Constituição, à Lei Geral e Lei do Trabalho, tais como as medidas catastróficas e mesmo criminosas, mascaradas num falso plano de austeridade que vai conduzir Portugal ao abismo. 34. Revogar os prazos de pagamento da dívida ao FMI, BCE e CE, no sentido de os alargar ao maior prazo possível sem agravamento dos já altíssimos juros. 35. Tomar medidas urgentes contra as multinacionais, holdings e bancos, que são os verdadeiros donos do FMI, BCE e CE., e estão a aguardar agindo nos bastidores, como abutres que espreitam moribundos, que as empresas entrem em falência para serem absorvidas a preços ridículos, alastrando uma praga de desemprego e miséria que é cada vez mais grave ...

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Os Escritórios dos advogados do diabo - poder politico/económico.


Os Escritórios dos advogados do diabo - poder politico/económico.

Em Portugal, os escritórios de advogados são activos propulsores da corrupção.
- Nas maiores sociedades de advogados, cada advogado ganha cerca de 115 mil euros/ano.
- Encontramos, entre estes advogados, figuras de topo dos partidos políticos integrantes da «troika vende-Pátria».
- Possuem ligação, presente ou passada, à Assembleia da República, ao Governo, a assembleias e a executivos municipais.
- Os advogados com nomes sonantes têm sido nomeados para o Sector Público Administrativo e para o Sector Empresarial do Estado.
- São ainda eles que recebem por encomenda governamental, a elaboração de legislação e a preparação de concursos públicos (grandes negócios e grandes despesas onde o estado sai quase sempre lesado).
- Enquanto docentes universitários, conferencistas e comentadores têm poder sobre a opinião pública.
- Possuem ainda ligações aos grandes grupos económicos capitalistas.
- Funcionam como elos de ligação e instrumentos de expansão dos grupos económicos capitalistas, sejam eles internos ou externos ao País.
- Conclui-se que têm contribuído para a subordinação do poder político ao poder económico.
Marinho Pinto denuncia...
A contratação Pública.
Os pareceres.
Paulo Morais, denuncia.
60 milhões, em pareceres! Os ganhos dos escritórios mais poderosos.
Segundo Paulo Morais, neste video, a forma como legislam, só é possível em Portugal e em África. Os advogados fabricam leis com buracos e erros e passam a vida a dar pareceres sobre as leis que eles fizeram mal. Por exemplo, um escândalo... o código da contratação pública foi feito pelo
escritório do Dr Sérvulo Correia, e só em pareceres para explicar o código que ele próprio fez, já facturou 7 milhões e meio de euros. Mas mais corrupto ainda é que estes escritórios intervêm de forma inconstitucional no processo legislativo, executivo e judicial o que viola a lei da separação dos poderes, o que requer intervenção do presidente da república. Os mais poderosos Em Portugal marcam presença activa – as sociedades internacionais de advogados, algumas de âmbito mundial. Exemplo é o escritório Linklaters (remonta ao século XIX), sediado em Londres, que recentemente foi escolhido para prestar assessoria jurídica no processo de alienação de capital público existente na EDP e na REN e na oferta pública de aquisição (OPA) da CIMPOR. A nível nacional as sete maiores sociedades possuem, cada uma delas, mais de uma centena de advogados (entre sócios, associados e estagiários), sendo de salientar o escritório A. M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice & Associados, visto ultrapassar os duzentos advogados (ver Quadro 1).
Quadro 1 Sociedade de Advogados Nº de advogados A. M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice & Associados 220 Miranda Correia Amendoeira & Associados 173 Abreu & Associados 165 Vieira de Almeida & Associados 164 Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados 160 Cuatrecasas, Gonçalves Pereira 140 Sociedade Rebelo de Sousa & Advogados Associados 110
Fonte: In-Lex – Anuário das Sociedades de Advogados, 2012 (sítio na Internet).
Abreu & Associados, informa ter um volume de negócios anual de 15 milhões de euros (1), Isso significa um volume de negócios anual médio de cerca de € 115.400,00 por advogado (excluindo do cálculo os advogados estagiários) (2).
Em algumas destas sociedades de advogados, com destaque para as maiores, encontramos figuras de topo dos partidos políticos integrantes da «troika vende-Pátria» e personalidades claramente afectas a este leque partidário, com destaque para o PSD (ver Quadro 2).
Quadro 2
Sociedades de Advogados
Advogados (sócios, associados ou consultores)
A. M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice & Associados
Manuel Cavaleiro Brandão, Rui Machete, José Miguel Júdice
Abreu & Associados
Luís Marques Mendes, Paulo Teixeira Pinto
Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados
José Manuel Galvão Teles, António Lobo Xavier
Cuatrecasas, Gonçalves Pereira
André Gonçalves Pereira
Sociedade Rebelo de Sousa & Advogados Associados
Pedro Rebelo de Sousa, Manuel Lopes Porto
Uría Menéndez-Proença de Carvalho
Daniel Proença de Carvalho
Rui Pena, Arnaut & Associados
Rui Pena
Correia, Seara, Caldas, Simões e Associados
Fernando Seara, Júlio Castro Caldas
José Pedro Aguiar-Branco & Associados
José Pedro Aguiar-Branco
APORT – Advogados Portugueses em Consórcio
Sílvio Cervan
Fonte: Sítios das sociedades de advogados na Internet, 2012.
A ligação entre advogados e partidos políticos tem a sua continuidade na ligação daqueles aos órgãos do poder político. Efectivamente, basta atentar na quase totalidade dos nomes mencionados no Quadro 2 para reconhecer a ligação dos mesmos, presente ou passada, à Assembleia da República, ao Governo, a assembleias e a executivos municipais. Como seria de esperar, as ligações supra estendem-se ao aparelho de Estado. Efectivamente, advogados com nomes sonantes têm sido alvo constante de nomeações para estruturas, permanentes ou temporárias, no âmbito do Sector Público Administrativo e para o Sector Empresarial do Estado. A título meramente exemplificativo, apresentamos os seguintes casos entre os nomes referidos no Quadro 2 (3):
 Rui Machete foi administrador do Banco de Portugal e é vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral da Caixa Geral de Depósitos;  Manuel Lopes Porto foi membro da Comissão de Reforma Fiscal e é presidente da Mesa da Assembleia Geral da Caixa Geral de Depósitos;  Daniel Proença de Carvalho foi presidente do Conselho de Administração da RTP;  Pedro Rebelo de Sousa é vogal do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos.
A ligação das sociedades mencionadas aos órgãos do poder político e ao aparelho de Estado poderá ainda traduzir-se em trabalhos do foro jurídico por encomenda governamental, nomeadamente a elaboração de legislação e a preparação de concursos públicos. Seria interessante averiguar, por exemplo, até que ponto os advogados integrantes destas entidades simultaneamente jurídicas e políticas têm contribuído para desconfigurar o quadro legislativo progressista saído da Revolução de Abril. É igualmente visível a influência de membros das sociedades de advogados a nível do aparelho ideológico. A este respeito, sem prejuízo de considerações mais rebuscadas que se podem – e devem – tecer sobre o carácter ideológico da intervenção desses membros enquanto docentes universitários e conferencistas, resulta clara a sua intervenção conformadora da opinião pública na qualidade de comentadores, episódicos ou permanentes, nos órgãos de comunicação social. Por exemplo, quem não foi ainda confrontado com os comentários na comunicação social de José Miguel Júdice ou de António Lobo Xavier?
Advogados, grupos económicos capitalistas e negócios A teia completa-se com a ligação das sociedades de advogados aos grandes grupos económicos capitalistas. Procurámos demonstrar essa ligação averiguando qual a presença dos nomes enunciados no Quadro 2 nos órgãos sociais de um conjunto relevante de empresas e de grupos económicos referenciados no
Quadro 3
Sector de Actividade
Empresas e Grupos Económicos
Fabricação de pasta celulósica, de papel e de cartão
PORTUCEL-SOPORCEL
Fabricação de cimento
CIMPOR
Produção e distribuição de energia
GALP Energia, EDP
Construção
Mota-Engil, Soares da Costa
Comércio
Jerónimo Martins
Transportes
BRISA
Informação e comunicação
Portugal Telecom, ZON, IMPRESA
Actividades financeiras e seguros
BES, Millennium/BCP, BPI, BANIF, Santander Totta, Tranquilidade, Millenniumbcp Ageas Grupo Segurador
Diversos
SONAE
A intersecção entre os dados obtidos nos quadros 2 e 3 revela a promiscuidade entre os grupos económicos e as sociedades de advogados, conforme se pode constatar no Quadro 4.
Quadro 4 Advogados Empresas Órgãos Sociais Manuel Cavaleiro Brandão SONAE, SGPS Presidente da Mesa da Assembleia Geral BPI Vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral Rui Machete (consultor) Millenniumbcp Ageas Grupo Segurador Presidente da Mesa da Assembleia Geral Daniel Proença de Carvalho GALP Energia Presidente da Mesa da Assembleia Geral ZON Presidente do Conselho de Administração BES Vogal da Comissão de Remunerações José Manuel Galvão Teles EDP Presidente da Comissão de Vencimentos IMPRESA Vogal do Conselho de Administração Millennium/BCP Vogal do Conselho de Remunerações e Previdência António Lobo Xavier Mota-Engil Vogal do Conselho de Administração SONAECOM Vogal do Conselho de
Administração BPI Vogal do Conselho de Administração + Vogal da Comissão de Governo Rui Pena EDP Presidente da Mesa da Assembleia Geral + Vogal do Conselho Geral Paulo Teixeira Pinto (consultor) EDP Vogal do Conselho Geral José Pedro Aguiar-Branco (4) PORTUCEL-SOPORCEL Presidente da Mesa da Assembleia Geral IMPRESA Presidente da Mesa da Assembleia Geral + Presidente da Comissão de Remunerações Júlio Castro Caldas Soares da Costa Presidente do Conselho Fiscal ZON Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Fonte: Sítios das empresas na Internet, 2012.
A título de curiosidade justifica-se referir que, fora do universo empresarial aqui considerado, Daniel Proença de Carvalho tem a presidência da mesa da assembleia geral numa quantidade significativa de empresas, tudo indicando que seja o «recordista nacional» (ou próximo disso) neste tipo de actividade (5). Em termos de áreas de negócio, merece destaque a participação dos escritórios mencionados no Quadro 2 nos processos de privatização daquilo que resta do Sector Empresarial do Estado. Considerando apenas exemplos recentes, as sociedades A. M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice & Associados e Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados prestaram assessoria nos processos de alienação do capital público existente na EDP e na REN. O segundo escritório mencionado prestou até dupla assessoria no processo da EDP: à administração desta empresa e ao Estado. Negócios afins são os da fusão de empresas e da transacção de partes de capital de empresas, na gíria económica titulados como fusões & aquisições, onde também pontificam as sociedades de advogados na qualidade de assessores jurídicos. Note-se como na recente oferta pública
de aquisição (OPA) da CIMPOR o escritório Uría Menéndez-Proença de Carvalho surgiu como assessor de um potencial adquirente – o grupo económico brasileiro Camargo Corrêa. Outra área de negócio que os dirigentes dos escritórios parecem considerar promissora é a intervenção externa, nomeadamente por via da ligação a escritórios de advogados em países de língua oficial portuguesa. O Quadro 5 é revelador dessas ligações internacionais personalizadas.
Quadro 5 Sociedades Países onde existem ligações personalizadas A. M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice & Associados Angola, Moçambique, Brasil, República Popular da China Abreu & Associados Angola, Moçambique Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados Angola, Moçambique, Brasil, República Popular da China Cuatrecasas, Gonçalves Pereira O número de ligações é muito significativo, resultado da associação de Gonçalves Pereira à sociedade de advogados espanhola Cuatrecasas Sociedade Rebelo de Sousa & Advogados Associados Angola, Cabo Verde, Moçambique, Brasil, Reino Unido Uría Menéndez-Proença de Carvalho O número de ligações é muito significativo, resultado da associação de Proença de Carvalho à sociedade de advogados espanhola Uría Menéndez Rui Pena, Arnaut & Associados Angola, Timor, Brasil Correia, Seara, Caldas, Simões e Associados Brasil José Aguiar-Branco & Associados Espanha, França APORT – Advogados Portugueses em Consórcio Espanha
Fonte: Sítios das sociedades de advogados na Internet, 2012.
Para além de outras considerações pertinentes de carácter imediato, é de salientar que qualquer dos negócios aqui referenciados permite aos escritórios de advogados funcionarem como elos de ligação e instrumentos de expansão dos grupos económicos capitalistas, sejam eles internos ou externos ao País. A associação de interesses entre sociedades de advogados e os grandes grupos económicos capitalistas permite-nos ainda
incorporar, no âmbito do presente artigo, uma afirmação inequívoca sobre o estado actual da justiça portuguesa: o seu muito vincado carácter de classe, que se consubstancia no facto de a grande burguesia dispor de avultados meios para fazer valer os seus interesses no foro judicial, em claro detrimento da generalidade da população, seja esta encarada como trabalhadora ou como consumidora. Conclusão Com base no que acabou de ser escrito e exemplificado, constata-se a existência de escritórios de advogados que são instrumentos essenciais, directos ou indirectos, da expansão do domínio dos grandes grupos económicos capitalistas: instrumentos directos, devido à ligação entre ambos; instrumentos indirectos, por intermédio da relação escritórios de advogados → instituições da superestrutura política e ideológica (o que até constitui, em termos objectivos, uma porta aberta para o alastramento da corrupção). Nesta qualidade, trata-se de entidades que têm contribuído activamente para a subordinação do poder político democrático ao poder económico; e, portanto, tais entidades constituem mais uma (entre tantas…) excrescência inconstitucional da sociedade portuguesa. (...) Adaptação do Artigo original em - "O militante" (1) http://www.bcsdportugal.org/abreu-e-associados---sociedade-de-advogados/1344.htm (2) In-Lex – Anuário das Sociedades de Advogados, 2012 (sítio na Internet). (3) Dados obtidos a partir dos curricula e do sítio da CGD na Internet. (4) José Pedro Aguiar-Branco declara no seu curriculum vitae ter terminado as funções mencionadas aquando da tomada de posse como Ministro. (5) http://www.zon.pt/institucional/PT/Assembleia-Geral