Alguns jornalistas armaram-se tanto em polícias que as palavras comuns para designar a acção destes - vigiar, fiscalizar - não chegavam. Criou-se outra: escrutinar. A jornalista alemã escrutina o casal McCann: "Cada vez há mais pessoas que vos apontam o dedo porque o vosso comportamento não é o normal em pessoas com uma filha raptada." E os jornais ingleses escrutinam os polícias portugueses porque estes levam duas horas num almoço... Eu, que já não gostava do simples policiar, passo-me com tanto escrutínio. Não imagino sequer que, com um filho raptado, seja normal um comportamento normal. E não sei medir qual o tempo adequado para o almoço dos outros. Para mim, escrutinar era só contar votos. Mas diz-me o dicionário que no sentido religioso antigo era também saber quais os catecúmenos dignos de baptismo. Confirmo o que já suspeitava com tanto sucesso da nova palavra. Escrutinar ganhou fama fora de eleições porque lançar anátemas é um desporto Nacional .
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