A GUERRA IBERO-HOLANDESA
Não vou discutir a questão dos Eurobonds, que já é
velha e em que a posição dos diversos países europeus não mudou. O que me
ocorre comentar é o acinte do ministro holandês para com a Espanha.
Porquê em especial a Espanha?
Há coisas da História que ficam na memória
colectiva dos povos, não tanto enquanto memória dos factos, mas como memória
emocional, em ódios e estimas. E o facto é que há na Holanda um ressentimento
secular contra Espanha e também contra Portugal, como se constata em blogues e
ciber-grupos quando se fala dos Descobrimentos ibéricos. Donde vem isso?
É que a Espanha e a Holanda travaram uma guerra
durante 80 anos, entre 1568 e 1648! A qual acabou com a vitória holandesa na
Europa, mas a derrota no Ultramar espanhol. É uma longa história, que não vou
desenvolver, mas referir apenas que, sem justificação, a Holanda alargou essa
guerra a Portugal, no que foi sem dúvida a primeira guerra imperialista moderna
da História europeia.
Por cá é pouco conhecida, como tudo o que respeita
à História do nosso império ultramarino, mas essa guerra foi a guerra mais
longa que Portugal travou na sua História, a seguir à guerra contra os mouros.
Basicamente, a Holanda procurou roubar a Portugal o
seu império ultramarino. Começou por piratear sistematicamente os nossos
galeões e caravelas, e no Oriente tirou-nos tudo o que pôde - Ceilão, as
Molucas (actual Indonésia, de que só nos deixou Timor) , o comércio com o
Japão, e só não nos tirou Macau por que o imperador chinês nos protegeu, ao
contrário do imperador japonês.
Na África tirou-nos o Cabo, não conseguiu tirar
Moçambique, mas tentou também tirar-nos o Brasil e as colónias da África
atlântica. Que foi onde a guerra foi mais acesa e longa.
A guerra no Brasil foi pela apropriação das
plantações de açúcar, e durou 65 anos. Foram os próprios brasileiros quem
derrotou e expulsou os holandeses, embora estes tenham depois ido plantar
açúcar na Guiana. Como o açúcar brasileiro (que todos os outros depois copiaram
no Haiti, em Cuba, etc) era uma agro-indústria inviável sem os escravos
africanos, a Holanda tomou-nos São Tomé e Príncipe, a Mina na costa da Guiné, e
em 1640, quando já não éramos súbditos dos espanhóis e portanto sem desculpa,
Luanda. Mas apenas Luanda, nunca conseguindo desalojar os portugueses das suas posições
no interior, graças aos nossos aliados africanos e também à ajuda brasileira.
Também no Brasil, como em Angola, os holandeses
nunca conseguiram passar de algumas cidades costeiras para o interior. No
interior dominaram sempre os portugueses, os luso-brasileiros, e em Angola os
luso-africanos. No Brasil os luso-brasileiros mantiveram cercadas as cidades
costeiras sob domínio holandês, desbaratando-os quando tentavam penetrar no
interior. E foram os brasileiros quem financiou, construiu e equipou a armada
que foi a Luanda e a São Tomé recuperar aquelas fontes de escravos para as
plantações de açúcar. A historiografia brasileira oficial considera que foi
nessa guerra que se forjou a sua nacionalidade, com a luta combinada de
destacamentos luso-brasileiros brancos, tropas índias, e tropas negras formadas
por ex-escravos. Todos juntos contra os holandeses.
A questão religiosa foi importante, neste desfecho
da guerra luso-holandesa. A aversão calvinista dos holandeses aos ícones
religiosos católicos, aos santinhos e aos andores com a Nossa Senhora, às
relíquias sagradas e ao Papa, não colhia apoio entre africanos e índios
cristianizados pelos estimados jesuítas. Pelo contrário, escandalizava-os.
A Holanda perdeu essa guerra no Atlântico,
portanto, mas ficou ressentida.
Nota: a
Holanda era a parte norte de uma nação mais vasta, os "países
baixos", cuja parte sul acabou por ficar do lado espanhol. Não só com a
maioria católica do sul que não se revia no calvinismo holandês, como de parte
dos próprios protestantes de outras igrejas, dada a intolerância calvinista.
Essa parte sul acabou por conseguir a sua independência em 1830 e é desde então
a Bélgica. Com quem Portugal sempre se deu bem.
A História tem muita força...
NÃO HÁ RAZÃO PARA QUALQUER ESPANTO
O ministro baixo do país baixo é um “bom
holandês de elite”. Ora…
- O “bom holandês de elite” é o holandês que gostou de ser ocupado pelos nazis e colaborou com Hitler alegremente.
- O “bom holandês de elite” é o holandês que, com a maior facilidade, denunciava judeus à polícia, para que fossem encaminhados para o extermínio.
- O “bom holandês de elite” é o holandês que levou para a África do Sul o conceito de “apartheid”, uma monstruosidade que vai para lá do racismo.
- O “bom holandês de elite” é aquele que, nos nossos dias, vive na prosperidade e sem quaisquer escrúpulos, à custa do roubo de impostos de outros países… como Portugal.
- O “bom holandês de elite” é o holandês que gostou de ser ocupado pelos nazis e colaborou com Hitler alegremente.
- O “bom holandês de elite” é o holandês que, com a maior facilidade, denunciava judeus à polícia, para que fossem encaminhados para o extermínio.
- O “bom holandês de elite” é o holandês que levou para a África do Sul o conceito de “apartheid”, uma monstruosidade que vai para lá do racismo.
- O “bom holandês de elite” é aquele que, nos nossos dias, vive na prosperidade e sem quaisquer escrúpulos, à custa do roubo de impostos de outros países… como Portugal.
Resumindo, o “bom
holandês de elite” é um filho da puta nazi, um ser humano defeituoso e um
vigarista… e, como se viu, o ministro das finanças da Holanda é, sem dúvida, um
“bom holandês de elite".
1 comentário:
Boa Rui gostei!
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